Higienização das áreas implantadas

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Higiene oral na Implantodontia

O acúmulo de biofilme tem papel importante em muitas doenças que atingem a boca, como a mucosite e a peri-implantite. Confira o comentário sobre o assunto.


 

A higiene oral é considerada pela maioria dos pesquisadores como um importante fator de risco para o desenvolvimento das doenças peri-implantares. Ou seja: a má higiene oral aumenta a possibilidade de se desenvolver uma peri-implantite, o que não ocorre na dentição natural, onde encontramos indivíduos extremamente resistentes às doenças periodontais e que, apesar da má higiene oral, não desenvolvem doenças periodontais mais destrutivas.

Embora possuam reações diferentes, os implantes, assim como os dentes, são suscetíveis ao acúmulo de placa e formação de cálculo. Desta forma, o combate ao acúmulo de biofilme deve ser uma condição imprescindível na manutenção da saúde peri-implantar. A presença de biofilme pode ser resultante de uma má higiene, inerente ao paciente, ou de uma dificuldade de limpeza de locais reabilitados com implantes. Sabe-se que muitas reabilitações implanto-suportadas dificultam o controle do biofilme por parte dos pacientes, visto que muitas vezes o posicionamento dos implantes não foi o mais adequado para a construção de próteses com formatos favoráveis a autolimpeza e ao controle de placa.

Desta forma, a orientação de higiene oral e fisioterapia oral devem ser prescritas e corretamente executadas pelos pacientes. Técnicas de higiene oral peri-implantares, materiais e equipamentos que facilitam o controle do biofilme devem ser de conhecimento do profissional, para que esse possa repassar as indicações precisas aos pacientes. Além disso, reabilitações protéticas com formato adequado também devem ser empregadas para permitir um bom acesso e higiene ao redor dos implantes.

Assim sendo, torna-se necessário a remoção de todo e qualquer fator irritante e que favoreça ao acúmulo de placa (próteses mal adaptadas, excessos de restaurações, dentes condenados, etc.) para que o paciente possa executar a higienização com facilidade. Muitas vezes, é necessário que após a remoção destes fatores uma profilaxia e limpeza bucal sejam executadas para remover depósitos de difícil acesso. Só então o paciente poderá executar a higiene corretamente.

Infelizmente, muitos profissionais ainda não dão a importância necessária a esse tema e consideram “coisa de higienista” controlar o biofilme dos pacientes. Instruir os pacientes adequadamente sobre a higiene oral parece ser um grave problema para muitos colegas. Quer queiramos ou não, o biofilme ainda tem um papel importante em muitas das doenças que atingem a boca. A mucosite e a peri-implantite são mais duas dessas, que sofrem uma influência direta do acúmulo de biofilme.

Orientar os pacientes sobre como executar uma boa higiene oral faz parte do nosso dia a dia. Quantos insucessos poderiam ter sido evitados se nós tivéssemos conseguido incutir na cabeça de nossos pacientes que manter a boca saudável é importante. A saúde bucal pode ser comparada como uma equação onde uma das variáveis é o paciente. Se essa variável “paciente” não for controlada, teremos mais e mais falhas nos nossos tratamentos.

 Marco Bianchini

Professor Adjunto III do Departamento de Odontologia da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina 

 

 

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